A saída de Tom Brady dos Patriots promoveu a maior mudança nestes vinte anos de Era Belichick, com a necessidade de buscar um novo signal caller. E o nome encontrado para substituir o maior de todos os tempos foi o de Cam Newton, que traz um estilo de jogo bastante distinto do de Tom, mudando o foco do ataque dos Pats do ar para o solo.
É certo que nos últimos anos, principalmente em 2018, já observávamos uma transformação no sistema ofensivo dos Patriots, que incorporou mais o jogo corrido a ele, sendo peça chave para a conquista do Super Bowl LIII. Ano passado, a expectativa era que o ataque terrestre fosse ainda mais integrado ao gameplan, mas lesões na linha ofensiva e no backfield acabaram desidratando o poderio do setor.
Para esta temporada, com o importantíssimo retorno do center David Andrews, a evolução do fullback Jakob Johnson e a manutenção de um talentoso grupo de running backs, já era esperado que o jogo corrido reassume um papel de destaque no ataque, ainda mais com a cereja do bolo: Cam Newton.
Um dos melhores quarterbacks de todos os tempos correndo com a bola, Newton tem um estilo de jogo altamente favorável à utilização do jogo terrestre, sendo um facilitador para os running backs, inserindo dúvidas na cabeça dos defensores adversários sobre quem irá carregar a bola.
Ontem, pudemos ratificar ainda mais essa tese de que o jogo corrido será a força motriz do ataque dos Patriots. Pela primeira vez na Era Belichick, New England teve seis jogadores correndo para mais de vinte jardas (Newton, Michel, Burkhead, White, Taylor e Edelman), e pela segunda ocasião desde 2010 a equipe ultrapassou as duzentas jardas corridas sem ter um único jogador responsável por pelo menos cem delas.
Assim, além de ter as ferramentas necessárias para fazer o ataque terrestre andar, New England também pode se dar ao luxo de dividir as carregadas sem perder qualidade. Ademais, cumpre-se ressaltar que a equipe ainda possui o segundanista Damien Harris, que foi posto na injured reserve e poderá voltar a partir da semana quatro, caso tenha condições. Harris foi o melhor running back do time no training camp, e entra em 2020 regado de expectativas.
Por fim, é óbvio que haverá momentos que os Patriots precisarão resolver o jogo pelo ar, e o grupo de recebedores, com a exceção de Julian Edelman, ainda não passa confiança. Entretanto, diferente de 2019, quando a equipe sofria para avançar com a bola tanto pelo passe quanto pela corrida, para 2020, em princípio, esse segundo problema virou solução.
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